quarta-feira, 11 de maio de 2011

“OS MOCAMBOS, REBELIÕES E FUGAS...”

Resumo do Texto : “ Fios do Inesperado e da Resistência...”: negros, índios, mestiços e mulheres em Sergipe no século XIX. Pág: 98-101.

Ao estudar Sergipe durante o período da escravidão negra no Brasil, percebemos que a então capitania não diferia muito das demais na mesma época no referente ao descontentamento dos negros e suas manifestações de resistência.
Autores sergipanos como a historiadora Maria Thetis Nunes coloca que já no século XVII era registrada pelas autoridades locais a presença de quilombos (mocambos) formados por negros foragidos de fazendas da região. Estes negros se escondiam em locais estratégicos, próximos a estradas que interligam as Vilas e os Engenhos, agiam em pequenos grupos roubando gado, destruindo propriedades, e saqueando cargas.
No século XIX, as rebeliões foram favorecidas principalmente  após o ato de D. João VI em 8 de julho de 1820 garantindo a independência da capitania de Sergipe em relação a Bahia, pois esse foi um momento de grande instabilidade política. Posteriormente, no chamado Vale do Cotinguiba, centro produtor de cana-de-açúcar, regiões detentoras de muita mão-de-obra escrava, tais como Laranjeiras, Santo Amaro, Maruim, dentre outras, sofreram com o crescente número de fugas de escravos, apesar das providências tomadas pelas autoridades públicas e senhores de engenhos. Uma das formas de inibir essas revoltas e conseguir resgatar os foragidos foi a divulgação na imprensa local de características físicas dos negros e a oferta de dinheiro pela captura destes.
Desse modo, notamos que não houve uma passividade por parte dos negros existentes no território, suas lutas por liberdade sem dúvida causaram muito alvoroço numa população acostumada ao sistema escravocrata e ficaram registradas em documentos de época, assim como na memória de muitas pessoas.